Como de costume, estávamos em mais uma aula em que o português fica em segundo plano e a mestra dizia com frequência "a nível de corpo", "a nível de pulmão", "a nível de sei lá mais o quê"... enfim... Ai, Deus... por que as pessoas acreditam em tudo o que ouvem? O "a nível de" já gerou tanta polêmica. Tantos estudiosos já falaram e explicaram isso tantas vezes, até mesmo na tevê. Mas não adianta. A tradição oral é mais forte do que um professorzinho qualquer de português que fala regras bestas na televisão. O que ele pode saber? Fala sério...
Mas vamos ao "a nível de".
De acordo com o Manual de Redação e Estilo da Folha de São Paulo, de autoria de Eduardo Martins (não, ele não faz novela):
"1 - A locução a nível de, modismo desnecessário e condenável, tornou-se uma das mais terríveis muletas linguísticas da atualidade, em substituição a praticamente tudo que se queira. Veja alguns casos em que a locução aparece e como evitá-la: Decisão 'a nível de' diretoria (decisão de diretoria); O clube está fazendo contratações 'a nível de' futuro (contratações para o futuro); Pude avaliar o técnico 'a nível de' (como) pessoa pública (...)
"2- Em determinados casos podem ser usadas as locuções no plano (de) e em termos de. Ou, em última instância, no nível de e em nível de (uma vez que nível rejeita o a sozinho): Os candidatos teriam hoje 'a nível' nacional (no plano nacional, em termos nacionais), 24% das intenções de voto; O grupo elevou a entidade 'a nível' primeiro-mundista (ao nível primeiro-mundista).
"3 - Existe, ainda, ao nível de, mas apenas com o significado de à mesma altura: ao nível do mar."
Então, "a nível de" língua, não use "A NÍVEL DE". Ponto.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário